sábado, 31 de janeiro de 2015

Ploy


No Woman No Cry - Bob Marley

No woman no cry
No woman no cry
No woman no cry
No woman no cry

say, say
Say I remember when we used to sit
In a government yard in Trenchtown
Observing the hypocrites
As they would mingle with the good people we meet
Good friends we have
Oh, good friends we've lost
Along the way
In this great future
You can't forget your past
So dry your tears, I say

No woman no cry
No woman no cry
Little darling, don't shed no tears
No woman no cry

Said I remember when we use to sit
In the government yard in Trenchtown
And then Georgie would make the fire lights
As it was, log wood burnin' through the night
Then we would cook corn meal porridge
Of which I'll share with you

My feet is my only carriage
And so I've got to push on through
Oh, while I'm gone

Everything's gonna be alright
Everything's gonna be alright

No woman no cry
No woman no cry

I say little darlin'
Don't shed no tears
No woman no cry

Le fabuleux destin d´Amélie Poulain


AMEM

A mulher carrega nos ombros
a eternidade...
Hoje só queria ouvir uma história de amor...

Ela que soube tão cedo
"*O amor não é uma relação
é um estado do ser"

Refletiu.
Sonhou.

No mundo aquelas duas mocinhas
Se amando, se querendo,
Uma cuidando da outra...

O mundo não gosta do amor? 
Ou não gosta do amor da gente?
Hein, tia? 

Hoje choveu... Chuva fina...
E a mulher que voltou pra casa
Se deu conta de que há no silêncio
um abrigo...

Antes de dormir entoa uma oração ao Deus:

Me faz ser capaz de silêncio, de amor.
Me faz ser capaz de silêncio, de amor, de equilíbrio.
Me faz ser capaz de silêncio, de amor... de equilíbrio.

AMEM.

Danieli de Castro
*Veet Pramad

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

La prima cosa bella


Cumadre Fulozinha - Araúna

Menina me dá essa lima, araúna
Da limeira do teu pai
Mas a limeira não é minha, araúna
Mas a  lima sempre vai..

Eu tenho meu vestido de seda, araúna
[Foi moreno quem deu]

Arrasta o pé pra trás, xotinho
[Essa araúna não faz como eu]

Meu cavalo come milho, araúna
Tá vexado? Come arroz
Mas arrenego do cavalo, araúna
Que não pode com nóis dois


Eu tenho meu vestido de seda, araúna
[Foi moreno quem deu]

Arrasta o pé pra trás, xotinho
[Essa araúna não faz como eu]

Os cabelo do meu bem, araúna
Só faz cacho quando quer
Mas quem tiver inveja dele, araúna
Faça cacho de papel!


Eu tenho meu vestido de seda, araúna
[Foi moreno quem deu]

Arrasta o pé pra trás, xotinho
[Essa araúna não faz como eu]

Em cima daquela serra, araúna
Corre agua sem chover
Mas bem assim tá bem meu benzinho, araúna
Com vontade de me ver

Eu tenho meu vestido de seda, araúna
[Foi moreno quem deu]

Arrasta o pé pra trás, xotinho
[Essa araúna não faz como eu]

Quem me dera dera dera, araúna
Um lindo botão de rosa
Para tirar o meu benzinho arauna
Dos olhos daas invejosas

Eu tenho meu vestido de seda, araúna
[Foi moreno quem deu]

Arrasta o pé pra trás, xotinho
[Essa araúna não faz como eu]

"Viver é um ato de coragem e de amor... De amor, sobretudo."



De amor, sobretudo.

Obrigada a todos os que me escreveram...
A dor da perda de um ente querido é algo inexplicável... Uma dor tão profunda que não é comunicável, em nenhuma língua... Só quem já passou por esta experiência saberá do que estou falando... Porque eu também não sabia... E contar com palavras de conforto, de proximidade, de amizade, de auxílio, nos acalma, tranquiliza, acalenta... faz a dor ir diminuindo um pouquinho...
Me sinto grata por ter encontrado em meu caminho pessoas generosas e atenciosas, capazes de uma palavra de conforto e de disponibilidade para ajudar o outro... Isto dinheiro nenhum paga... É humanidade em ação...
Penso que a morte nos traz mais próximos da vida, dos seres vivos, seres humanos, nos alerta sobre o fato de que estamos aqui de passagem...
Então, que façamos uma boa estadia, bons elos, relacionamentos. Boas ações, bons gestos... Não é sempre fácil... Mas, nem sempre difícil.
A morte é uma dura experiência... Para nós que estamos vivos... Porque nos damos conta de que também vamos passar, e que aqueles que tanto amamos... partem também um dia...
Que sejamos capazes de perceber todos os dias o singelo no exercício verdadeiro de viver a vida... E ou a verdade simples nos gestos cotidianos... Como dar de beber a quem tem sede, sem julgar o fato de que ele não se preocupou em levar consigo uma garrafa d´água... Como sorrir e brincar junto a uma criança... Sem se julgar louco ou imaturo... Como dar o lugar a uma pessoa mais velha... Respeitar o ser humano no outro, praticar a humanidade... Uma hora também chega a nossa vez...
Assim, a vida passa a ter uma conotação mais larga, mais ampla, mais profunda, mais autêntica, mais plena... Viver é um ato de coragem e de amor... De amor, sobretudo.

Danieli de Castro

domingo, 25 de janeiro de 2015

Está nos meus olhos pai... Me perdoe, obrigada, eu te amo... Sinto muito.


24 de Janeiro... aos 49... do 2º tempo...

De repente todo o meu
corpo ficou em silêncio...
Meus ossos, membros, olhos,
íris, orgãos...

Meus movimentos se acalmaram...
Minhas emergências, medos ,
anseios, minhas adjacências
também se calaram...

Apenas uma atenção para
A Matriarca, que chora silenciosa
e lúcida, passos ligeiros
Fera macia...

E eu... Pareço ver
A poesia criar asas
e voar...
Distante do meu corpo
Longe de meus pensamentos...

Ele desprendeu-se de mim
Como um fio de cabelo que cai...
Assim, se foi
meu pai...

Te amo meu velho...
Espero que faça boa viagem...
Que curta a paisagem...
E a aprendizagem...

Se calaram
a ira, o receio, a fúria...
Só candura e apaziguamento
Amor apenas neste momento...

Danieli de Castro

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

" Essa cor não sai de mim"


O que é que há - Fábio Jr.

O que é que há?
O que é que tá
Se passando
Com essa cabeça?

O que é que há?
O que é que tá
Me faltando prá que
Eu te conheça melhor?

Prá que eu te receba
Sem choque
Prá que eu te perceba
No toque das mãos
O teu coração...

O que é que há?
Porque é que há
Tanto tempo
Você não procura
Meu ombro?
Porque será?

Porque será?
Que esse fogo
Não queima
O que tem prá queimar?
Que a gente não ama
O que tem prá se amar
Que o sol tá se pondo
E a gente não larga
Essa angústia do olhar
Há! Haaaá!...

Telefona!
Não deixa que eu fuja
Me ocupa os espaços vazios
Me arranca dessa ansiedade
Me acolhe, me acalma
Em teus braços macios
Macios!...

O que é que há?
O que é que tá
Se passando
Com a minha cabeça?
Não, eu não sei, não!
O que é que há?...

Telefona!
Não deixa que eu fuja
Me ocupa os espaços vazios
Me arranca dessa ansiedade
Me acolhe, me acalma
Em teus braços macios
Macios!...

O que é que há?
O que é que há?
O que é que há?...

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Senhor da Mata...


Senhora Sant´Ana - Cantiga de Lavadeiras

Senhora Santana ao redor do mundo
Aonde ela passava, deixava uma fonte

Quando os anjos passa, bebe água dela
Oh que água tão doce, oh senhora tão bela

Encontrei Maria na beira do ri
Lavando os paninhu do seu bento fi

Maria lavava, José estindia
O menino chorava do fri que sentia

Calai meu menino, calai meu amor
Que a faca que corta não dá tai sem dor

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

A ponta do meu pincel é apenas o começo do caminho...


Travessia

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas,
que já têm a forma do nosso corpo, 
e esquecer os nossos caminhos,
que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia:
e, se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado, para sempre, 
à margem de nós mesmos.



Fernando Pessoa

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Si, si!


Ah, a Mafalda...


Ponyo



Azul - Gal Costa

Eu não sei se vem de Deus
Do céu ficar azul
Ou virá dos olhos teus
Essa cor que azuleja o dia
Se acaso anoitecer
Do céu perder o azul
Entre e o mar e o entardecer
Alga marinha vá na maresia
Buscar ali
Um cheiro de azul
Essa cor não sai de mim
Bate e finca pé
A sangue de rei
Até o sol nascer amarelinho
Queimando mansinho
Cedinho, cedinho, cedinho
Corre e vai dizer pro meu benzinho
Não dizer assim
O amor é azulzinho


Tempo gatuno e a meliante coexistência...


Mon berceuse...

Andei em busca de vestígios de outras horas tão queridas, vividas num verão distante, mas bem próximo do meu coração. Aquela moça a quem ouvíamos atentos, tão cheia de descrições vivas e interessantes. Um vocabulário fremente, lascivo e objetivo. De trombones vocais a ais... Orgásticas sínteses, ingênuas colocações. Arrancando risadas, sorrisos, silêncios, admirações. Foi ela quem disse: "Você precisa escolher pelo que vai sofrer"... Foi quem matou o Deus... Abriu as comportas da vida e lutou arduamente para entender um novo rumo...
Senti saudades de um tempo em que ela andava ao meu lado, me enchendo a vida de novidades, lembrando ininterruptamente de causos e histórias. Emitindo opiniões, chamando atenções, causando desejos... Cheia de um ímpeto artístico, uma lucidez jovem, questões pedindo afirmações. Ou afirmações que causavam questionamento. Mobilizando as gentes, ela ia passeando... Cheia de ideias e vontades... e tanta poesia... e tanto amor...
Às vezes... às vezes ela se calava... corava um pouco. Todos se admiravam... E logo sorria, caía numa gargalhada! Outra história coloria a noite e todos éramos felizes, neste instante de presente, de presença. O estar junto, entre amigos, quase amantes... E ela, tão provocante... Sempre disposta a buscar mais lenha e inflamar a chama de uma madrugada, que começava cedo e não terminava nunca...
Talvez, ninguém soubesse, mas quando ia só pelo mundo refletia... se angustiava, rebelava-se contra o Deus. Chorava, sofria... horas ininterruptas de lágrimas, até que a nova dança a arrebatasse... E novamente era a deusa das noites longas, embalada pela música fugidia e inconstante, porém sempre presente.
Nalgumas noites, inesperadamente o sono fugia pelas terras do Nunca. Ela se levantava abruptamente e ia caminhar pela madrugada. Em busca do sono, ouvindo o silêncio, a poesia nova a acariciava por detrás do ouvido... Ela se arrepiava toda, sem saber se era de frio ou de surpresa. Só eu, de tão observador, fui capaz de notar quando a mulher fugia de repente... Quando sentia a solidão pesada demais... Quando as estrelas eram um acolhimento, um alívio e uma evolução...
Sim, muitas vezes, ela buscava afirmação... A segurança tão desejada pelas gentes, ia caminhando sem saber muito bem por onde ir, mas com a certeza de que não poderia estar ali parada. Tantos desejos a mobilizaram... Tantas vontades a arrebataram. E pelos caminhos postos ela foi caminhando, caminhando.
Não sei bem por qual motivo exato, me lembrei de uma noite em que ela afirmara ter sido possuída pelo mundo... Todos na sala, teceram comentários acerca da afirmação, as risadas e insinuações, os desejos percorrendo o espaço e ela risonha em seu sentido único. Tão viva, que incomodava... De um vermelho encarnado a sua presença.
Cada um de nós, seguimos rumos diversos. Arranjamos novos interesses, novas casas, novos companheiros, novas realidades, fizemos as nossas escolhas, como ela mesmo dissera, escolhemos pelo o que queríamos sofrer.
E fico pensando... Numa dessas noites, um dos presentes na sala, dissera da natureza de sua matéria... Que era oriundo das areias do deserto... Fico pensando, que ela era oriunda das lavas de um vulcão, como também das águas do mar, bem como das pedras dos rios, também ainda dos ventos do norte... Penso que ela era feita toda de vulcão, mar, cachoeira e todos os ventos matreiros.
Sinto saudades daquela moça cheia de sonhos, volúpias, desejos. Cheia de uma vivacidade, sem medo de sofrer por amor, de perder um sapato, de gastar a poupança, de encarar os desafios, de viver intensamente. Penso que ela nasceu mesmo, foi para colorir os nossos dias... Nos inflamar de coragem.

Danieli de Castro 

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Áridos?


Minúcias de um verão indecente

A mulher toda feita de hormônios
Feromônios?
Ainda existem?

Ou há...

A desvantagem é este salto alto
Mas, ela caminha
Rainha!

Mais que ela não há.

O homem passa e atira
um gracejo daqueles
que ninguém quer escutar...

Ah, vá! macho, não me apoquente! 

Deixe que esquente o sol
Que virá...
A lua no alto vai cheia e branca.

A mulher não é santa
Nem quer se casar.
O povo diz: Mais seriedade!

E a mulher grita:
Que se fodam! 
Eu quero é viajar!!! 


Danieli de Castro