quinta-feira, 30 de maio de 2013

Hanami- Cerejeiras em flor


Ano 2...

Foi na noite em que a música
que ela cantou falou de amor

O homem falou do angolano...

O contramestre chegou mais tarde
no corpo um perfume
um sabor...

Mesmo depois da coragem
sobra ainda a fragilidade
que somos...

Mas o atabaque soou
cantando:

O amor chegou.
Amor chegou o
Chegou o amor!

Três tempos
Três sabores,
mas

o dois é que vai começar!

Danieli de Castro

Descobri que amo o Siba...


Siba - Qasida

segunda-feira, 20 de maio de 2013


Selvagens olhos, nego! - Otto


Selvagens olhos, nego!
Uma infinita dor
Caminhos, fogo e água
Um rio, o tédio
Minha cabeça em volta dela
Como um turbante que passou, passou, passou
Selvagens olhos, nego!
Uma infinita dor
Caminhos, fogo e água
Um rio, o tédio
Minha cabeça em volta dela
Como um turbante que passou, passou
O mar
Pra quem sabe amar
O mar
Pra quem sabe amar
Pra quem sabe
Selvagens olhos, nego!
Uma infinita dor
Caminhos, fogo e água
Um rio, o tédio
Minha cabeça em volta dela
Como um turbante que passou, passou
O mar
Pra quem sabe amar
Pra quem sabe amar
O mar
Pra quem sabe amar
Pra quem sabe
A vida bate calada
Desafogada, bota pra valer
Ensaiou o ano inteiro
E por derradeiro
Escorreu pelas mãos, entre os dedos
Subiu mais alto que o mastro de um barco
Escorreu pelas mãos, entre os dedos, subiu mais alto que o mastro de um barco
Foi um carnaval que passou, foi num carnaval que passou
Que passou, que passou, que passou, que passou
O mar
Pra quem sabe amar
Pra quem sabe amar
O mar
Pra quem sabe amar
Pra quem sabe

Despedida em Las Vegas


Amália e o Circo

Fazia tempo que Amália não via tanta gente. De repente, pareceu que todo mundo estava no mesmo lugar. E dentro da Amália surgiu um esquecido medo... Respirou fundo e permaneceu onde estava observando as pessoas passando, conversando alegres, para ver o espetáculo do circo.
Quem passava e via aquela mulher ali parada, com os olhos fitos na linha do horizonte, não tinha nada mais que pensar além de que era mulher madura e bela.
Soprou um vento gelado. Amália ajeitou o xale e... inesperadamente lembrou-se do sorriso calmo do Ernesto. Pensou que fosse chorar. Apenas tossiu.
Um cachorro passou procurando comida, cheirou o pé dela e seguiu em frente.
Vem chegando um casal adolescente, sorriem. Estão atrasados, o espetáculo já vai começar.
As pessoas desocuparam as ruas, agora a Amália já pode voltar...
Só não sabe muito bem para onde...

Danieli de Castro

quinta-feira, 9 de maio de 2013


Mortes

É preciso ser bastante ágil para morrer 
ninguém sabia ainda 
mas a morte também é uma ação... 

fica todo mundo achando que morrer 
é só. 

Não é não. 

Tem a parte que a gente se desfaz 
do próprio corpo e fica conversando 
com as células desfalecidas... 

Depois aquele tempo grande 
de dissolução dos ossos... 

Ossos que sob a terra 
ficavam... 

E o tempo passava
a terra ainda mais cobria 
porque o vento trazia 
terra a mais neste chão. 

E semente que brota 
porque a água alimenta

chão adubado 
crescendo da terra a árvore
entrando no chão... 

E mais uma morte se invalida 
porque do esqueleto silencioso sob
a terra 

canta a cantiga da vida 
que se transforma... 

um som que ninguém 
acredita ouvir 

o que a raiz incorporou na sua seiva 
foi também o osso do chão... 

Danieli de Castro

terça-feira, 7 de maio de 2013

Lince



Linda luz


Lindo mesmo é quando ela sorri
menina inteira
olhos alegres e descansados
daquelas pessoas que vivem viajando
pelo mundo...

Me disse sem me dizer nada
Eu te amo.

E quando eu vou embora
ela é a única que corre só
pra me dizer: Adeus! Até logo!  

Danieli de  Castro

domingo, 5 de maio de 2013

Na melodia...


A lagarta e a borboleta...



Alados - Sibá e a Fuloresta

Uma lagarta se escora 
Sobre uma folha verdinha 
Depois que come todinha 
Deixa o talo e vai embora 
Quando sente que é a hora 
De fazer meditação 
Se vira em adivinhão 
Dependurada demora 
Se transforma e vai embora 
Encantada e feminina 
Borboleta bailarina 
Ninfa da brisa e da flora

Numa noite escura há 
Criaturinhas que vagam 
Luz acendem, luz apagam 
Aqui, ali, acolá 
Transformando um jatobá 
Numa árvore natalina 
Brilhantes de pérola fina 
No pescoço de laia 
Riscando pra lá, pra cá 
Sem som, sem rosto e perfume 
Pirilampo, Vagalume 
Mosca de Fogo, Uauá

Balançando em suspenção 
De fuzil engatilhado 
Vai e vem desconfiado 
Tarimbado em traição 
Na ponta do seu ferrão 
O gume da baioneta 
O fogo da malagueta 
E a quentura de um tição 
Mestre cavalo do Cão 
Tranca-rua e traiçoeiro 
Marimbondo fuzileiro 
Do quartel de papelão

Irmãos de Nação...


Carinho Maranhense

Ô dona Albertina, 
a senhora viu a Nega? 

Nega? Que Nega?

A Nega, irmã do Kiko! 

Ah, a Nega... 
Aqui ela não veio hoje não. 

Para o meu irmão de sangue ancestral, Kiko
Danieli de Castro