segunda-feira, 13 de março de 2023

Tudo o que você rega cresce


 

Zelda e Zion: uma história de amor

Esperei por muito tempo a sua chegada

E quando enfim 

Você chegou


Então, eu pude descansar


Você me protegeu, me ouviu

Me acolheu e me nutre

Todos os dias com a sua presença. 


Com você aprendi que amor 

É escuta, paciência, silêncio, 

Proteção, acolhimento e respeito. 


Que bom é amar você. 

Que bom é você me amar. 

Que bom é nos amarmos. 


Cotidianamente. 


Danieli Casimani




terça-feira, 7 de março de 2023

Noite Estrelada - Van Gogh


 

Meus erros

 Quero despertar com leveza

Sentindo seu corpo se aproximar 

Do meu e me beijar suavemente


Quero receitar vizinhos suculentos

E pratos silenciosos, saudades

Da Artemísia, minha filha. 


Quero suspeitar da sua validade

Despertar sua superioridade

Só para te fazer cair ao meu lado


Eu sonhei que a gente se casava

No meio do Oceano e nossa casa 

Era um Castelo Branco no fundo do mar. 


Azeitei os punhos e acertei as letras

Eu jogo o jogo de me sentir vencedor

Mesmo me sentindo um frango assado.


Que bom que você já sabe

Que afinal você nem precisava vir. 

Eu já vou indo. 


Esquece, esquece. 

Tudo sempre foi só

Um equívoco. 


Danieli Casimani

Assumir a Deusa


 

O Crescimento do Patriarcado

 Mamãe me disse que o papai é mau. Eu odeio o papai. Porque então ela continua com este cara mau? 

Papai me disse que as garotas gostam de caras maus. Eu quero ter garotas. Eu vou ser mau também. 

Odeio a mamãe ela só sabe reclamar de tudo. E nunca me deixa abraçá-la. Mamãe é uma vagabunda! 

Papai brigou de novo com a mamãe e ela me diz que tenho que protegê-la, porque sou o verdadeiro homem da casa, afinal papai não presta para nada. 

Quebrei a cara do papai e o coloquei para fora de casa. Mas, ele já veio choramingar e mamãe aceitou ele de volta. Ela é uma traidora. 

Aprendi que para me respeitarem eu preciso ser um cara mau e não viver choramingando como meu pai. Eu nunca vou ser como o meu pai. Meu pai é um cara odioso. 

Eu quero ser amado pelo poder do que trago dentro das calças. Mesmo que este poder seja nulo, os farei acreditar que é a força dos meus músculos que devem temer. 

Por fim, quem sou eu sem o meu ódio, a minha violência, quem sou eu sem o meu misterioso poder de seduzir, de abater, de descartar e de começar tudo outra vez? 

Eu não quero saber. 


Danieli Casimani




Miudinha

 


Luas ventos e chuvas

 Ao redor 

Pessoas trabalham 

Em oficinas e grandes 


Caixas altas de Som


Enquanto eu dormia

Um homem triste

Caminhava lá fora. 


Uma chuva densa

Caiu de repente

E eu sorri


No final. 


Danieli Casimani