"(...) Mas estou cansada, apesar de minha alegria de hoje, alegria que não se sabe de onde vem, como a da manhãzinha de verão. Estou cansada agora agudamente! Vamos chorar juntos, baixinho. Por ter sofrido e continuar tão docemente. A dor cansada numa lágrima simplificada. Mas agora já é desejo de poesia, isso eu confesso, deus. Durmamos então de mãos dadas. O mundo rola e em alguma parte há coisas que não conheço. Durmamos sobre Deus e o mistério, nave quieta e frágil flutuando sobre o mar, eis o sono."
Clarice Lispector
in Perto do coração selvagem, p 22
2 comentários:
Amo seu olhar poético!!
Oi Élida! Obrigada, flor! Bom contar com o seu olhar. Estamos numa constante construção sorvendo e doando, assim buscando um fluxo... Também estou de olho nas suas poeticidades, vamos no fluir... Bom vê-la por aqui! Cheiroo!!
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