Mamãe me disse que o papai é mau. Eu odeio o papai. Porque então ela continua com este cara mau?
Papai me disse que as garotas gostam de caras maus. Eu quero ter garotas. Eu vou ser mau também.
Odeio a mamãe ela só sabe reclamar de tudo. E nunca me deixa abraçá-la. Mamãe é uma vagabunda!
Papai brigou de novo com a mamãe e ela me diz que tenho que protegê-la, porque sou o verdadeiro homem da casa, afinal papai não presta para nada.
Quebrei a cara do papai e o coloquei para fora de casa. Mas, ele já veio choramingar e mamãe aceitou ele de volta. Ela é uma traidora.
Aprendi que para me respeitarem eu preciso ser um cara mau e não viver choramingando como meu pai. Eu nunca vou ser como o meu pai. Meu pai é um cara odioso.
Eu quero ser amado pelo poder do que trago dentro das calças. Mesmo que este poder seja nulo, os farei acreditar que é a força dos meus músculos que devem temer.
Por fim, quem sou eu sem o meu ódio, a minha violência, quem sou eu sem o meu misterioso poder de seduzir, de abater, de descartar e de começar tudo outra vez?
Eu não quero saber.
Danieli Casimani
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