Afinando o berimbau:
Uma ansiedade...
Uma notícia súbita!
O começo de uma noite.
O respeito pelos Mestres:
Nego nagô, quando morre, vai na tumba do banguê.
Os parentes vão dizendo, urubu tem que comer.
Aqui babá, a cangerê, nego nagô tem catinga de Sariguê. (*)
Breve suspensão das vozes,
o berimbau soando lindo!
E a alegria cresce com as palmas!
O jogo continua!
O convite como que resolução
de uma dúvida:
A Exclamação: Aí, Nega!
E uma afirmação: está dando certo.
Só de desejos somos feitos?
Talvez... Quem sabe?
A moça que volta
Extasiada
para casa, não sabe que mais um convite a
espera
e antes de saber de que se trata
já aceitou
viver intensamente
o que
da vida vier!
Abre a roda minha gente
Que o batuque é diferente!
Abre a roda minha gente
Que o batuque é diferente! (*)
Danieli de Castro
* Cantiga Nego Nagô do Mestre Ananias
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