Foi assim, primeiro a moça acordou bela. Aí saiu e o sol a viu: Ela reverberou... E as cores tingindo o cinza de São Paulo, a vida ficando mais suportável, mais bonita, mais poética, mais lírica... Por uma ajustamento que aconteceu no meio do texto da moça. Ela achou bonito, embora pouco importante, na verdade, passível mesmo de manter segredo, mas já que era preciso dizer, então diria: mas do jeito dela. Decisão e calma, um bom humor bem vindo! E a nuvem mandou descer o banho daquele momento... Porque naquela tarde de sábado, no instante mesmo em que ainda estava o guarda-chuva fechado na mão da moça, à espera certa, de logo ela ia descer: a chuva... parecia chover apenas para algumas pessoas... chuva carícia, daquelas que vem limpar aquele restinho de doce no canto da boca... suave.
Sua Ave... nida Paulista, continua a mesma. E a chuva decidiu cair mesmo quando a moça já estava abrigada. E o que vinha de se acontecer não acontecia, o tempo passando, os pés balançando e o tempo que ia... e nada... como olhar do meio do mar para o mundo...
Aconteceu que o que não acontecia pulou na ordem das coisas e o que não se esperava acontecer, aconteceu. Assim, não de pronto, com um pouco de ensaio e percepção... Assim.
E a noite continuou linda, daquelas dos dezoito anos eternos, que nunca terminam, porque de vez em quando vem também colorir a noite. Como uma inesperada chuva e debaixo dela, pessoas expondo-se nuas em busca de paz... de liberdade, de ousadia... Assim.
E noutro dia a moça viu novamente o rosto que lhe fez aquela pergunta tão inesperada. E pôde então entender a estranheza da pergunta e do gesto: um rosto lindo que esconde a metade de um segredo... Tudo bem, a vida ter os caminhos que tem. O tempo e as situações são como a chuva, acontecem e desacontecem. Assim. Sucessivamente. Nenhum de nós escapamos das casualidades. Creio afinal, que sobretudo, a moça está grata pela beleza do encontro e a possibilidade de um amigo.
Agora dorme, e sonha tranquila. Afinal não precisa mais desligar a tv, porque há muito tempo já não a liga.
Assim termina a história. Boa noite.
Danieli de Castro
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